É natural que às vezes te apeteça chorar
Mas, se o soluço te abafar a garganta,
Endireita as costas, levanta o queixo e sorri,
Ri mesmo, abertamente
Frente às que te consideram humilhado
Pois humilhante é humilhar-se os humildes.
É natural que te sintas só e te percas,
Na imensidão da tua própria solidão!
Mas quando a solidão fizer eco na tua vida;
E te sentires desesperadamente só,
Abraça o que te rodeia,
Respira profundamente e lembra-te que a vida
É um desafio a longo prazo.
É um poema de heróis, não de vencidos.
Tu nasceste para vencer.
É natural que morras lentamente,
Quando te afogas na saudade.
É natural que morras
Quando sentes o passado passar-te pelos dedos,
Como nuvens sopradas pelo vento.
É natural que te vires para trás na ânsia
De caminhar para aquém do tempo.
É natural que as lágrimas
Queiram rebentar dos teus olhos
E os joelhos queiram dobrar ao peso dos passos,
Paradas de quem não sabe por onde andar.
É natural que a indecisão te desespere
É natural que te sintas confundido nos dias
É natural que odeies o mundo que te rodeia
É natural que para ti
As pessoas tenham aspecto de estátuas
Drogas, autónomas, assassinas, ninguéns.
Nenhuma pessoa é ninguém!
Nem tu és o mundo. O que é o mundo?
Além de tudo é as forças dos gigantes a espezinhar os fracos,
Fracos amordaçados com a verdade a espirrar pelos poros,
Porque a boca ficou muda,
Falta a força, não da verdade,
Mas a força que torna fortes os fracos…
Assim começa a luta desigual nesta selva da vida.
Na selva só sobrevivem os fortes!
Se te apetecer chorar, ri
Ri, não compulsivamente, mas com serenidade
Se te apetecer ficar estático a um canto,
Sem forças para reagir…
Levanta-te e prepara-te para agires,
Mesmo que não saibas como.
Estático é que não!
Os cemitérios é que estão povoados de estátuas adormecidas.
Não deixes que os outros sintam a extensão da tua pobreza
Não lhes mostres a tua sede, nem a tua fome, nem o teu abandono
Tu na selva só tens de mostrar força,
Não de armas,
Mas a força dos fortes, dignidade com brilho no olhar…
Se te apetecer chorar, ri
Se te apetecer fugir, fica
Se te apetecer acabar, vive
Se te apetecer comer,
Espalha as únicas migalhas do teu pão pelos pássaros!
Se os teus pés estiverem feridos das pedras dos caminhos,
Dança!
Se estiveres desesperadamente só,
Olha ao teu lado,
Há algo vivo à tua espera!!!
Nunca espalhes o teu sangue, a tua dor,
O teu suor, a tua vida, sem luta!
Na vida só sobrevivem os fortes.
Se és fraco terás de deixar de o ser!!!