Haja Luz!

Haja Luz!
Haja Luz!

Vamos a caminho da terceira semana em que, caiu sobre o mundo um ataque inesperado de um “inimigo” que se abriga nas trevas e é impiedoso no seu ataque à saúde de todos nós, qualquer que seja a sua idade. A nossa vida social e profissional teve que se adaptar de um dia para o outro, às circunstâncias desta guerra. Sou um amante da história, estudo e reflito bastante sobre a Segunda Grande Guerra Mundial e os desafios que esta colocou ao ser Humano, desde os seus atos mais perversos até ao melhor da boa vontade e engenhosidade do ser Humano na supressão da “escuridão”. Muitos dos documentários que vi e viagens pela Europa que fiz relativos à Segunda Grande Guerra, não me prepararam para tal, nem nunca sequer pensei viver dias assim em pleno século XXI num Portugal e numa Europa que se querem no topo do mundo. Gente a morrer em lares e os seus cuidadores a desertarem das suas funções, serviços de saúde no limite em que médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde não possuem “escopo” e “martelo” para cuidar e tratar dos seus doentes tendo no limite de decidir quem vive e quem morre, escolas a fechar que fariam chorar de tristeza “Hypatia” na sua Biblioteca de Alexandria, filas para comprar bens essenciais, lojas fechadas, produtos que damos como adquiridos no nosso dia a dia esgotados, um abraço, um beijo, um aperto de mão inexistentes de amigos e família. E é na escuridão que surgem pequenos apontamentos de Luz, no ordinário se vê o extraordinário, por todo o país e pelo mundo veem-se pessoas que dão o melhor de si e do que têm, empresas que se adaptaram e que combatem ferozmente na produção das “armas” para matar este “inimigo” cobarde, uma sociedade que na sua maioria possui “verticalidade” cívica, ficando em casa e respeitando as leis impostas. Cito Winston Churchill no seu discurso mais conhecido como “Lutaremos nas Praias”, em que diz “Iremos até ao fim. Lutaremos na França. Lutaremos nos mares e oceanos, lutaremos com confiança crescente e força crescente no ar, defenderemos a nossa ilha, qualquer que seja o custo. Lutaremos nas praias, lutaremos nos terrenos de desembarque, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas; nunca nos renderemos”, enfim lutaremos também nós todos juntos irradiando a nossa Luz. Brevemente estaremos juntos.

A louca teoria do amor de Aristófanes

Há mais de 2400 anos, nos textos de Platão em o “Simpósio”, Aristófanes fala da sua teoria do amor como se de um mito se tratasse, onde este explica o porquê de cada um procurar a sua cara metade. Segundo este os seres humanos no início eram diferentes, explicando que eram de forma redonda, possuíam quatro pernas, quatro braços, duas cabeças e dois géneros simetricamente colocados, como se dois corpos tivessem colados pelas suas costas. Estes eram filhos do Sol, da Terra e da Lua, do Sol nasceu o homem-homem, da Terra nasceu a mulher-mulher e da Lua o ser Andrógino homem-mulher. Estes seres possuíam tudo em dobro do ser humano atual, o dobro da força, o dobro da rapidez e o dobro da inteligência, por este motivo e por terem características quase equiparadas às dos deuses decidiram os atacar, a sua tentativa falha e Zeus e os outros deuses decidem o que fazer para os castigar. A primeira solução seria os matar com raios tal como fizeram com os gigantes, mas assim acabariam por ficar sem ninguém para depois os adorar, no entanto esta situação não poderia ficar impune. Após muita reflexão Zeus surge com uma sugestão que sacrificaria os humanos sem os matar, para que se lembrassem no futuro dos seus horríveis atos, a decisão seria de os cortar pela metade e sempre que praticassem outro mal seriam novamente cortados à metade e assim foi. Depois de Zeus os cortar ao meio pediu a Apolo que lhes rodasse a cabeça, os membros e os genitais para o lado aonde estes tinham sido cortados, pediu-lhe também que removesse a sua forma redonda para que a ferida do corte culminasse no atual umbigo, assim cada vez que olhassem para este lembrar-se-iam do terrível ato cometido. Desde esses dias cada metade procura a sua outra metade, sendo que na sua união do homem e da mulher originaria um novo ser. Assim Aristófanes explica o desejo inato dos humanos na busca do outro, para que possam voltar à sua forma original, dos dois se faz um, curando assim a grande ferida da natureza humana o amor.